sábado, 23 de abril de 2011

Alta temperatura pode matar com facilidade!

Quadro de hipertermia começa a evoluir quando temperatura corporal chega a 40ºC.
Órgão mais afetado nesses casos é o cérebro.

O ser humano, conforme foi moldado pela seleção natural ao longo da evolução, é uma criatura homeoterma -- ou seja, funciona bem a uma temperatura específica. No caso, esse ponto ótimo fica ao redor de 36,5ºC, variando um pouquinho de indivíduo para indivíduo.

Submeter-se por muito tempo a uma condição anormal de temperatura -- para cima ou para baixo -- pode causar sérios danos. E, no caso de aumento do calor, como está acontecendo na Índia e no Paquistão por esses dias, nem precisa ser uma mudança muito radical. Quando o corpo atinge mais de 40ºC, já se pode dizer que o indivíduo corre algum risco de vida.

Claro, fazer o corpo chegar aos 40ºC não é uma tarefa tão simples, pois ele tem um sistema próprio de controle térmico, capaz de lidar com as variações ambientais menos radicais -- uma espécie de "refrigerador interno", que usa várias técnicas, entre elas a troca de líquidos com o ambiente (suor), como forma de dissipar o calor.

Qual é a temperatura requerida para fazer pifar esse sistema de refrigeração, como está acontecendo com várias pessoas na Ásia? Isso depende de uma série de fatores, que vão desde o biotipo do indivíduo até o grau de hidratação e o tempo de exposição a altas temperaturas. Mortes por hipertermia costumam ocorrer durante as ondas de calor, que são definidas como um período de cinco dias ou mais em que a temperatura média é pelo menos 5 graus acima da máxima que seria normal naquele local e naquela época do ano.

As contas complicadas traduzem uma realidade muito simples: submeter-se a um ambiente muito quente (temperaturas acima de 40ºC por períodos prolongados) no fim das contas mina todos os esforços corporais de controle térmico. O resultado é a condição conhecida como hipertermia.
Os sintomas começam com um quadro de prostração por calor. Ele é caracterizado por confusão mental, cãimbras, náuseas, vômito e suor intenso. Se o quadro não for tratado e revertido, levará a uma situação que exigirá cuidados hospitalares.

O órgão mais sensível à hipertermia é o cérebro. Extremamente frágil, ele já foi comparado a um queijo cremoso numa caixa de madeira. Como todo apreciador de queijos sabe, altas temperaturas destroem a consistência do material.

Quando a temperatura corporal passa dos 45ºC, a morte já é quase certa.


  Pane no sistema térmico
Nem sempre é a temperatura externa a causadora de um quadro de hipertermia. Na verdade, na maior parte das vezes essa situação emerge de uma febre muito intensa, ocasionada pela batalha do organismo para repelir micróbios invasores.

Nesses casos, é sempre importante monitorar a temperatura do paciente com regularidade e estar pronto para fazê-la baixar sempre que atingir níveis perigosos (passando dos 39ºC).

Em algumas situações, a hipertermia pode ser propositalmente induzida, por razões médicas. Nesses casos, o processo é totalmente controlado e provocado pelo uso de medicamentos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário